Nota sobre a mídia como propaganda de guerra
A guerra entre Rússia e Ucrânia, tendo a OTAN como interessada no conflito militar, colocou, mais uma vez e de maneira exacerbada, os principais grupos midiáticos no Brasil para operarem sua grade de programação como mecanismo de propaganda. O destempero de nomes consagrados do colunismo político e econômico nacional, questionando ao vivo tanto a escolha de convidados destoantes do consenso quanto às colocações menos maniqueístas de colegas de profissão, expõe abertamente o esforço de comando orientado à propaganda, visando direcionar para este fim as diversas etapas da produção jornalística. A Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura sempre prezou pela capacidade crítica diante dos fenômenos midiáticos, visto que se propõe como uma abordagem teórica que questiona os sistemas midiáticos como expressão do rol de interesses das classes dominantes. Assim, sem nenhum espanto, mas com a postura combativa de sempre, a Ulepicc-Brasil repudia o uso desastroso dos sistemas midiáticos, principalmente de sua produção jornalística, como instrumentos de propaganda, disseminando desinformação para o público brasileiro sobre um contexto muito significativo da geopolítica contemporânea. De igual teor é a crítica à concentração econômica das plataformas produtoras de redes sociais, que viabiliza um tipo de censura empresarial bastante conhecida e funesta, colocando nas mãos das corporações o poder de viabilizar, impulsionar ou vetar a circulação de informações. Prezando pela autonomia crítica de suas associadas e seus associados, a Ulepicc-Brasil mantém-se atenta à escalada bélica no leste Europeu, assim como nas mais diversas partes do planeta onde os bombardeios e sanções econômicas impõem sua força, cumprindo o propósito, comum a todas e todos integrantes, de crítica diligente e ativa ao uso dos sistemas midiáticos como instrumento militar.